EMPRESAS DEVEM SE PLANEJAR PARA DESPESAS DE FIM DE ANO
A chegada do mês de novembro sinaliza para as empresas o surgimento de compromissos como o pagamento de 13º salário, participação nos lucros, confraternizações e outras despesas extras que impactam no orçamento.
O economista Robespierre do Ó explica que os empregadores devem executar, ao longo de todo o ano, um planejamento a fim de encarar esse período com segurança, além de garantir eficiência financeira e o cumprimento dos compromissos. A busca por crédito junto a bancos ou demais instituições, segundo ele, só deve ser adotada em último caso, dadas as taxas de juros atuais, consideradas pelo especialista como “abusivas”.
Robespierre do Ó pontua que o planejamento envolve iniciativas como a criação de um caixa, bem como estratégias de redução de custos ao longo do ano. “As empresas sabem desses compromissos que chegam já em novembro, então, elas devem poupar e se organizar para ter recursos suficientes neste período. É muito importante planejar ações ao longo dos 12 meses”, afirma. Para isso, é preciso acompanhar o fluxo de caixa e se programar para os momentos de baixa. “Conhecer os momentos de sazonalidade, quando as vendas caem ou quando aumentam, é fundamental”, ensina o economista.
Segundo ele, as empresas devem planejar essas ações logo no começo do ano, com vista ao curto, médio e longo prazos. “Não é simples, mas já aí as empresas precisam observar o que pode vir de positivo ou negativo para garantir o cumprimento dos compromissos de final de ano sem que o caixa fique no vermelho”, diz.
As estratégias variam, mas sempre devem ser bem avaliadas. “Cada empresa tem características diferentes e isso deve ser levado em conta. Se é uma organização com alto consumo de energia elétrica, é necessário olhar para a redução deste custo”, descreve.
“Uma solução pode ser o uso da energia solar”, completa o especialista. “Empresas com uso de produtos relacionados a commodities, como padarias, por exemplo, que dependem do trigo, têm que observar se vale a pena fazer um estoque quando o preço desse item estiver em alta”, comenta Robespierre. Em último caso, se mesmo depois de todas as precauções, as contas ficarem no vermelho, é que as empresas devem buscar crédito, na avaliação do economista.
“As taxas de juros hoje são extremamente abusivas, o que gera dificuldades para as empresas honrarem seus pagamentos depois. Este é, portanto, o último recurso que se deve buscar. O número de empresas que estão pedindo recuperação judicial no Brasil aumentou bastante e o motivo desse aumento se deve à questão da taxa de juros. Então, consequentemente, a empresa que ficar pegando dinheiro emprestado no banco para pagar as despesas, terá grandes dificuldades no futuro”, alertou o economista.
É importante adotar estratégias para ajudar a equilibrar as receitas e despesas, garantindo o capital suficiente para enfrentar os desafios que virão a surgir, como: projeção financeira de acordo com a realidade; reserva de emergência; se possível, antecipação de fornecedores (mediante condições de pagamento atraentes); gestão de contas a pagar e contas a receber; saber quando usar o crédito pessoal ou de terceiros; promoções ou ações de vendas; acompanhamento de indicadores e feedbacks constantes e contínuos para colaboradores e fornecedores.
Implementando tais ações, alerta a Confederação Nacional da Indústria (CNI), as empresas podem otimizar a gestão financeira da organização de forma assertiva. São estratégias simples, mas que no final do calendário anual, fazem toda a diferença na saúde financeira da empresa.
(Fonte: Tribuna do Norte/Foto:Freepik)
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