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86% DOS CONSUMIDORES QUE ATRASARAM CONTAS EM AGOSTO SÃO REINCIDENTES, APONTA INDICADOR DA CNDL/SPC BRASIL


Para boa parte dos consumidores, se manter fora da inadimplência é um desafio. Após o pagamento de uma dívida, oito em cada dez consumidores retornam para os cadastros de negativação menos de um ano após o pagamento da conta negociada. Os dados são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). De acordo com o indicador, em agosto de 2024, do total de negativações, 86,31% foram de devedores reincidentes, isto é, que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses.

Considerando o universo de devedores reincidentes, 63,58% foram de consumidores que ainda não tinham pagado dívidas antigas até agosto; e 22,73% tinham saído do cadastro de devedores nos últimos 12 meses, mas retornaram. O restante, 13,69%, não esteve com restrições no CPF ao longo dos últimos 12 meses e, por isso, não foram considerados reincidentes.

 

Número de Pessoas Reincidentes por Tipo

 

“A alta reincidência sugere falhas estruturais no planejamento financeiro, o que pode ser agravado por fatores como desemprego, baixa renda ou falta de educação financeira, mesmo que tenhamos tido números melhores com renda e desemprego nas últimas medições. Embora tenha havido uma queda de 16,38% no número de reincidentes no último ano, o problema persiste de forma significativa, impactando tanto os consumidores quanto o mercado de crédito”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

 

Reincidência acontece, em média, após 2,4 meses do primeiro atraso

 

O indicador ainda revela que o tempo médio entre o vencimento de uma dívida para outra é de 73,4 dias, ou seja: depois de 2,4 meses (em média) de ficar inadimplente, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma segunda conta.

Os dados do indicador mostram que, nos últimos 12 meses encerrados em agosto de 2024, houve uma queda de ‐16,38% no número de devedores reincidentes, aqueles que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes no período analisado. A comparação é com os 12 meses anteriores.

“O desafio está em quebrar esse ciclo de inadimplência, e isto demanda maior investimento em educação financeira, renegociações mais eficazes das dívidas e políticas públicas que facilitem o acesso ao crédito consciente, garantindo maior estabilidade financeira para os consumidores.”, avalia o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

 

Número de Pessoas Reincidentes

 

A abertura por faixa etária dos devedores reincidentes mostra que o número de reincidentes com participação mais expressiva no Brasil em agosto foi da faixa de 30 a 39 anos (26,80%). A participação dos devedores reincidentes por sexo segue bem distribuída, sendo 53,99% mulheres e 45,01% homens.

 

Número de Pessoas Reincidentes por Faixa Etária e Sexo

 

 

O Indicador de Recuperação de Crédito de Pessoas Físicas do SPC Brasil mostra a evolução do número de consumidores que deixaram os cadastros de inadimplentes por terem realizado o pagamento das suas dívidas em atraso. São utilizadas as informações de saídas de CPFs das bases às quais o SPC Brasil tem acesso. Em conjunto com os dados de reincidência, esses dados permitem melhor monitoramento da inadimplência no país, que atinge cerca de 41,06% da população adulta.

Os dados do indicador de recuperação de crédito mostram que, nos 12 meses encerrados em agosto de 2024, houve queda de ‐1,68% no número de consumidores que conseguiram sair das listas de negativados. A comparação é com os 12 meses anteriores.

 

Número de Pessoas que Recuperaram o Crédito

 

A queda do indicador acumulado em 12 meses se concentrou na diminuição da recuperação de consumidores que levaram de 3 a 4 anos (‐19,24%) para efetuarem o pagamento de todas suas dívidas.

Observando a abertura por faixa etária dos consumidores que quitaram suas dívidas, o número de consumidores recuperados com participação mais expressiva no Brasil em agosto foi da faixa de 50 a 64 anos (23,97%).

A participação dos consumidores recuperados por sexo segue bem distribuída, sendo 51,99% mulheres e 48,01% homens.

Em agosto de 2024, cada consumidor recuperado pagou, em média, R$ 2.194,85 na soma de todas as dívidas que tinha. Os dados ainda mostram que 56,14% pagaram até R$ 500 nas dívidas que possuíam.

 

(Fonte: CNDL/Foto:Pexels)

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