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8 EM CADA 10 CONSUMIDORES QUE ATRASARAM CONTAS EM ABRIL SÃO REINCIDENTES


Muitos consumidores têm dificuldade em se manter fora dos cadastros de negativação. Dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontam que em abril de 2024, do total de negativações, 84,52% foram de devedores reincidentes, isto é, que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses.

Considerando o universo de devedores reincidentes, 59,28% foram de consumidores que ainda não tinham pagado dívidas antigas até abril e 25,24% tinham saído do cadastro de devedores nos últimos 12 meses, mas retornaram. O restante, 15,48%, não esteve com restrições no CPF ao longo dos últimos 12 meses e, por isso, não foram considerados reincidentes.

“A grande quantidade de reincidentes diz muito sobre a dificuldade que os inadimplentes têm em sair dessa situação de forma definitiva. Mesmo com queda recente, o número de pessoas que retornam para os cadastros de devedores ainda é muito alto, sinal de que, mesmo com programas e incentivos, as negociações muitas vezes são feitas sem um planejamento adequado. Por isso, a recomendação é que antes de negociar com o fornecedor, o inadimplente faça um levantamento completo da dívida, juntamente com uma programação realista de pagamento”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

 

Reincidência acontece, em média, após 2,6 meses do primeiro atraso

 

O indicador ainda revela que o tempo médio entre o vencimento de uma dívida para outra é de 77,5 dias, ou seja: depois de 2,6 meses (em média) de ficar inadimplente, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma segunda conta.

Os dados do indicador mostram que, nos últimos 12 meses encerrados em abril de 2024, houve uma queda de ‐6,07% no número de devedores reincidentes, aqueles que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes no período analisado. A comparação é com os 12 meses anteriores.

“O país teve uma importante melhoria no mercado de trabalho, na renda, nos juros e na inflação, mas os itens básicos estacionaram em um preço que ocupa boa parte do orçamento das famílias, especialmente as de baixa renda e com isso fica mais difícil se organizar para pagar as dívidas. Para mudar esse cenário é preciso tanto uma atuação do poder público quanto uma conscientização dos consumidores. Deve-se atuar na origem do endividamento, seja buscando alternativas para melhoria de renda da população, seja atuando para uma mudança de cultura financeira dos consumidores, com uma melhor educação financeira e priorizando sempre uma reserva de emergência”, avalia o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

 

Número de pessoas reincidentes

 

A abertura por faixa etária dos devedores reincidentes mostra que o grupo mais representativo no Brasil em abril foi o de 30 a 39 anos (25,69%). A participação dos devedores reincidentes por sexo segue bem distribuída, sendo 53,80% mulheres e 46,20% homens.

  O Indicador de Recuperação de Crédito de Pessoas Físicas do SPC Brasil mostra a evolução do número de consumidores que deixaram os cadastros de inadimplentes por terem realizado o pagamento das suas dívidas em atraso. São utilizadas as informações de saídas de CPFs das bases às quais o SPC Brasil tem acesso. Em conjunto com os dados de reincidência, esses dados permitem melhor monitoramento da inadimplência no país, que atinge cerca de 41,82% da população adulta.

 

Volume de brasileiros que quitaram dívidas cresce 1,99% em abril

 

Os dados do indicador de recuperação de crédito mostram que, nos 12 meses encerrados em abril de 2024, houve crescimento de 1,99% no número de consumidores que conseguiram sair das listas de negativados. A comparação é com os 12 meses anteriores.

O crescimento do indicador acumulado em 12 meses se concentrou no aumento da recuperação de consumidores que levaram de 1 a 3 anos (23,46%) para efetuarem o pagamento de todas suas dívidas.

 

Número de pessoas que recuperaram o crédito por tempo para pagamento


O levantamento ainda mostra que entre os devedores que recuperaram crédito em abril, 23,90% têm entre 50 e 64 anos. Outros 21,07% estão na faixa de 40 a 49 anos e 20,07% possuem idade de 30 a 39 anos. O Indicador de Recuperação de Crédito aponta que não há diferença significativa entre os gêneros: 52,25% dos que pagaram as dívidas são mulheres, ao passo que 47,75% são homens.

Em abril de 2024, cada consumidor recuperado pagou, em média, R$ 2.345,62 na soma de todas as dívidas que tinha. Os dados ainda mostram que 59,93% pagaram até R$ 500 nas dívidas que possuíam.


(Fonte: CNDL/Foto:Freepik )

 

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